De facto, dos quase 400 integrantes da delegação cubana no Pan-americano do Rio de Janeiro, que terminou à poucos dias, era previsto uma debandada geral
Como era previsível, atletas e técnicos que integravam a delegação de Cuba no Pan-americano do Rio de Janeiro aproveitaram a brecha e deram no pé, “ou seja” (royalities para Lula), debandaram em definitivo do Paraíso Caribenho, esculpido a golpes de sangue pelo Dr. Fidel Castro. Alguns sites dão conta de que passaram de dez os atletas foragidos, mas oficialmente o governo da ilha só reconhece quatro desertores, a saber os boxeadores Erislandy Lara Ortiz e Guilhermo Rigondeaux Santoya, o jogador de andebol Rafael da Costa e o treinador da equipa de ginástica, Lazaro Lamelas.
De fato, dos quase 400 integrantes da delegação cubana no Pan-americano do Rio, entre atletas, chefes de equipas, jornalistas, espiões e policias era prevista uma debandada geral. Segundo deu a entender um dos boxeadores, retidos quinta-feira passada, dia 2 de Agosto, em Araruama, Rio de Janeiro, a fuga em massa não ocorreu por três razões distintas:
1) o controle dos passaportes nas mãos dos chefes de equipa;
2) a forte vigilância do aparato repressor na Vila Olímpica;
3) o medo de represálias aos seus familiares atados aos grilhões da ilha-cárcere.
Uma quarta razão, preponderante, foi a urgente medida tomada pelo ditador Fidel em Havana de antecipar em um dia o embarque da delegação cubana – o que frustrou a iniciativa de dezenas de deserções, articuladas nas poucas horas em que os atletas tiveram, a Vila, livre acesso à internet.
Por sua vez, diante da possível fuga em massa dos membros da delegação cubana, era inteiramente previsível a medida tomada pelo Líder Maximo. Já na sua “Terceira reflexão sobre os Pan-americanos”, publicada no “Granma” de 23 de Julho de 2007, o Dr. Castro, ao saber das deserções, considerou , na sua convincente paranóia antiamericana, que “A traição por dinheiro é uma das armas prediletas dos Estados Unidos para destruir a resistência de Cuba”. E fingindo ignorar os anseios pessoais de liberdade que levaram os cubanos à fuga, justificou: “Na Alemanha existe uma máfia que se dedica a selecionar, comprar e promover pugilistas cubanos nas competições esportivas internacionais. Usa métodos psicológicos refinados e muitos milhões de dólares”. “É preciso tomar cuidado” – advertiu.
Não é preciso ressaltar que o provecto tirano usa o esporte como um desavergonhado instrumento de propaganda do regime sanguinário. No seu entendimento, os atletas não são indivíduos livres e qualificados, ou pessoas com o simples direito de ir e vir, mas sim, “campeões da dignidade, da honra, do decoro e da moral da Revolução”. Despudorado na sua cegueira totalitária, o Dr. Castro, com as medalhas angariadas nas competições esportivas, pretende demonstrar a superioridade da moral revolucionária n pretensão de camuflar aos olhos do mundo a miséria física e espiritual que se abate sobre a ilha.
Para esclarecer melhor a questão do esporte em Cuba, convém dizer que os atletas de Fidel, para manutenção do engodo “La Revolucion”, são tratados como cidadãos acima dos demais: suas “tarjetas” (cadernetas de compras) soa privilegiadas, tem direito a habitação, transporte, alimentação, vestuários especiais, e, por vezes, acesso às lojas reservadas aos turistas portadores de dólares. Um desses atletas, jogador de beisebol que fugiu pra os EUA concedeu uma entrevista ao Jornal Miami Herald, nos anos de 1990, revelando que um dos seus sofrimentos, quando em Havana, era ver os familiares carentes cronicamente esmagados pela fome, enquanto ele recebia tratamento diferenciado.
Na visão de Fidel Castro distorcida pela insanidade ideológica, os atletas que fugiram não passam de “traidores”. No entanto, para os que, na ilha-cárcere, se esfalfam no trabalho mal-remunerado e suportam o sofrimento diário sem a mínima esperança de dias melhores, ou ainda se dissolvem na luta pela sobrevivência em meio à miséria, pequenos expedientes, roubos e o permanente apelo à prostituição, os atletas desertores são vistos como heróis afortunados que só causam inveja e admiração. Quem são eles? Bem, refiro-me em primeiro lugar aos milhares de infelizes que, periodicamente, sem regalias e as mais elementares liberdades civis, preferem buscar o futuro incerto nas águas revoltas do Caribe, muitas vezes sem atingir a terra dos sonhos distantes, os EUA, do que permanecer no paraíso Comunista de Castro.
Como assinalou a jornalista francesa Lysiane Baudu, em “Uma transição improvável”, para Castro o principio da realidade não existe. O desejo de alguém, fora da ilha, aproveitar oportunidades, ampliar conhecimentos técnicos e humanos ou mesmo bater asas e voar rumo ao desconhecido é para ele uma adesão ao “Imperialismo Yanque”. Há décadas Castro vive entoando essa lengalenga infernal, sem duvida na pretensão vazia de justificar o absoluto fracasso de sua revolução – revolução que, verdade seja dita, depois da derrocada da União Soviética não parou de gerar sofrimento, dor e humilhação ao povo cubano, esfacelado psicologicamente e moralmente pelo confinamento interminável imposto pelo tirano petrificado.
No final de Julho, enquanto o Líder Maximo acalentava no “Granma” a choradeira habitual, o irmão, Raul, “El Chinesito”, durante mais uma comemoração do fracassado golpe de Moncada, reconheceu de viva voz que a ilha atravessa “momentos dificeis” e que “são necessárias urgentes reestruturações no modelo produtivo”. Em seguida, pediu penico e abriu o jogo: “Se as novas autoridades americanas desejarem acabar com a prepotência e decidirem conversar de modo civilizado, serão bem vindas”.
A resposta do porta-voz do Departamento de Estado Americano, Sean McCormack, foi imediata: “O governo e Cuba necessita dialogar é com o povo cubano. Infelizmente, neste momento, não há dialogo em Cuba”.
Bateu na Lata.
Vamos aguardar os desenvolvimentos sobre o assunto...
“Com a colaboração informativa de Ipojuca Pontes”
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