sábado, 7 de junho de 2008

VORAGEM

Rostos que nunca vi, jacintos murchos cujas sonatas frias me tocaram, estes rostos não quero: eles são breves no desfile das pálpebras cerradas. Penso naqueles outros, familiares rostos de toda a vida. Cataventos da rua ainda sem nome, alagadiço porão da infância, arpejos e trigais, dai-me a ver novamente ou mesmo em sonho, estes semblantes nunca repetidos, graves alguns, mas todos inseridos na memória dos dias voluntários. Cemitério, talvez, dessas lembranças, todas, em mim, são rosas e crianças.

Jorge Tufic

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