quinta-feira, 27 de março de 2008

BOCAGE NA CALÇADA DO COMBRO

É nos olhos de Fernanda que tudo principia
Empurram a neblina no combro da calçada
Projectam muita luz na escuridão da livraria
E dão o calor do fogo ao frio da madrugada
Por acaso no trânsito tão hostil desta cidade
Um eléctrico com turistas parou em frente
Uma estrangeira fixou-se com curiosidade
Nas velhas gravuras feitas de cor e de gente
Não havia táxis, ambulâncias ou pizzarias
Só as lareiras para enfrentar os vendavais
As pessoas iam pois aos cafés e livrarias
Á procura da saúde, não iam aos hospitais
A caminho dos Fanqueiros passou Cesário
Sorriu para Bocage ali à porta da livraria
Fruto do momento surgido do imaginário
Fernanda quebrou então a sua monotonia

In Aspirina - B

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