Desde priscas eras, o ano é dividido em meses. O primeiro calendário, que tinha dez, começava em martius, Março e foi criado pelo primeiro rei de Roma, Rômulo. Seu sucessor, Numa Pompílio, acrescentou dois ao calendário original: o 11º, ianuarius, Janeiro, e o 12º Fevereiro.
Foi a partir de 46 a.c., quando o imperador Júlio César reformou o primeiro calendário, que o ano passou a iniciar-se em Janeiro. Esse calendário ficou conhecido como Juliano. Em 1582, o Papa Gregório XIII introduziu novas modificações no calendário, tornado-o mais preciso, com melhor definição para o ano bissexto. É o que adotamos hoje, chamando Calendário Gregoriano.
Falemos de cada um dos meses. Seus nomes são geralmente ligados à Mitologia, a personalidades históricas, práticas agrícolas e à simples numeração ordinal. Vamos a eles:
Janeiro – Januarius mensis, mês do deus Janus, homenageava um dos principais deuses de Roma, tido como deus dos inícios, guardião de todas as portas e entradas (seu diminuitivo januella, deu janela em português e, em inglês, janitor significa porteiro). Era bifrontal – uma face voltada para a frente e outra para trás.
Fevereiro – Februaius mensis, mês das expiações. Todos os anos, em 15 de Fevereiro, acontecia um festival de purificação chamado februa, plural de februum, relacionado com o verbo februare, purificar, fazer penitencias religiosas. Na ocasião, eram oferecidos sacrifícios aos mortos para apaziguá-los.
Março – Martius mensis, mês do deus Marte, muito querido entre os romanos que, durante esse período, celebravam festas em sua honra. Também deus da agricultura e pai de Rômulo e Remo, os fundadores de Roma. Marcava o inicio da primavera, primeira estação do ano.
Abril – Aphrilis mensis, mês de Abril. Corruptela de Aphrodite, nome grego da deusa Vênus, a quem o mês era dedicado. Para alguns, o nome vem de aprilis, do verbo latino aperire, abrir, pois esse era o mês em que os botões das flores começavam a desabrochar, já que é primavera no Hemisfério Norte.
Maio – Maius mensis, mês da deusa Maia. Segundo a Mitologia, uma ninfa que se uniu a Júpiter para tornar-se mãe de Mercúrio. Divindade identificada com majestade, grandeza divina, também chamada de Maiesta, origem remota de majestade, era também a deusa da honra e da reverencia, e presidia o florescimento das plantas.
Junho – Junius mensis, mês da deusa Juno, irmã e esposa de Júpiter segundo a Mitologia, protetora das mulheres em geral, especialmente das esposas legitimas, da maternidade e do casamento. Todas as mulheres tinham Juno, uma espécie de anjo da guarda.
Julho – Julios mensais, mês de Julio César, consagrado ao imperador Julio César. Inicialmente era chamado Quintilis, por ser então o quinto mês do ano. Depois do assassinato do imperador Julios César, em 44 a.c., passou a ser denominado Julho em homenagem a ele.
Agosto – Augustos mensais, mês do imperador Augusto. Inicialmente era chamado sextilis, por ser o sexto mês do calendário, mas teve o nome mudado para augustos como auto-homenagem do imperador romano Otávio Augusto, um dos maiores administradores da história, que reformou a estrutura de governo do império e agregou a ele novos territórios. Sextilis tinha 30 dias mas, para não ficar menor que o mês de julho, que tinha 31 dias, o imperador Otávio Augusto, retirou um dia de outro mês – Fevereiro – para que Agosto também tivesse 31 dias, a razão pela qual Julho e Agosto são os únicos meses consecutivos com 31 dias.
Setembro – September mensis, sétimo mês. Septem é sete em latim. Era o sétimo mês do calendário antes da modificação feita pelo imperador Numa Pompilío.
Outubro, Novembro e Dezembro – October mensis, oitavo mês, octo é oito em latim; november mensis, nono mês, novem é nove em latim; dezember mensis, decem é dez em latim. Originalmente, o oitavo, o nono e o decimo mês do calendário.
Falar em calendário, em duração de tempo, é lembrar do famoso e sensual bolero cheio de promessa e esperança “Quizás, quizás, quizás”, “Talvez, talvez, talvez”, de Augusto Farres:
Siempre que te pergunto;
Que cuando, como y donde;
Tu siempre me respondes;
Quizás, quizás, quizáz;
Y asi pasan los dias;
Y yo desesperado;
Y tu, tu contestando;
Quizás, quizás, quizas…
‘Márcio Cotrim’
segunda-feira, 24 de março de 2008
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