quinta-feira, 10 de abril de 2008

PROJETO LEBENSBORN

A Noruega, terra do sol da meia-noite, habitada por um povo culto, foi escolhida por Hitler para a implantação do Prometo Lebensborn, em razão de a genética norueguesa ser considerada ariana clássica.
Lebensborn significa “fonte da vida”, em alemão. Igualmente ao programa do holocausto, tinha por objetivo provar e consolidar a teoria nazista da “raça pura”, a raça ariana.
Foi concebido por Heinrich Himmler, comandante das SS, em Dezembro de 1935, ao fundar, na Alemanha, a sociedade Lebensborn que integrava esse projeto e o de combate ao declínio da taxa de natalidade desse país. O projeto Lebensborn consistia em incentivar os militares alemães a terem filhos com as norueguesas. Para tanto, foram construídas residências secretas, onde os casais se encontravam com o fim de procriação.
Essa nova geração da raça forte, por constituir a futura elite racial, recebia do Estado Alemão proteção e total educação. Para os noruegueses, contudo, as mulheres envolvidas no projeto eram prostitutas e os seus filhos anormais e indesejados.
Essas mulheres e os frutos dessas relações experimentaram o verdadeiro inferno em vida com o término da Segunda Guerra Mundial. Aquelas foram discriminadas, maltratadas, presas e injustiçadas. Os lebensborn foram enviados para as instituições de caridade, orfanatos e hospitais para doentes mentais. Agora, no século XXI, é que alguns deles, dentre os 8 mil, conseguem levantar o véu do mistério e mostrar ao mundo a sua história, o seu padecimento.
Os mais audaciosos, como Ged Fleischer, Paul Hansen e Werner Thiermann vão à Justiça em busca dos seus direitos; lutam contra o que consideram a cumplicidade do governo na sua tragédia, ao oferecer-lhes irrisória compensação. Oferta que, lastimavelmente, foi acatada pela Corte Européia de Direitos Humanos, sob o argumento de que esses fatos ocorreram há muitos anos.
Os lebensborn não recuam ante essa decisão da Corte, pois, para eles, crimes como esses deixam marcas que não desaparecem, pois ficam para toda a vida.

‘Onélia Queiroga’

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