terça-feira, 22 de abril de 2008

TRANSTORNOS DO PÂNICO

Um dia na sua vida, aparentemente, saído do nada, você sentiu uma violenta dor no peito. O coração ficou acelerado. O mal-estar era muito grande. Você sentia tontura, sudorese, e a boca ficou seca. A impressão era de morte iminente, a sensação de que você estava diante de um grande perigo. Você sentiu um medo muito grande. Pensou que ia morrer. Conduzindo(a) ao hospital, você e as pessoas que lhe socorreram, desconfiaram que você estava enfartando.
Todos os exames deram negativos e você voltou para casa desconfiando da competência dos médicos que lhe atenderam ou dos resultados dos exames a que você foi submetido. Uma nova crise de sucede, mais outra... E outra... Você entra em pânico...
Novos exames são realizados e os resultados são sempre os mesmos: você não apresenta nenhuma patologia física. Você não está enfartando. É difícil acreditar no que os médicos dizem e nos resultados dos exames, pois o que você sente é muito real para não ser verdadeiro.
Alguns desses transtornos, ou todos conjuntamente, podem ser sentidos por você, se você estiver tendo uma crise de pânico.
Como se não bastasse tamanho desconforto, uma constante angustia se apodera de você. Um grande medo de voltar a sentir tudo de novo é cada vez mais forte. Você se sente profundamente inseguro(a). Vive em pânico com a possibilidade de experimentar tudo outra vez.
Tem medo de sair sozinho(a). sente-se deprimido(a). Sente medo de não ter ninguém por perto para lhe socorrer numa nova crise. O medo de morrer é muito grande. Você se sente profundamente fragilizado(a) e impotente diante de tudo que está lhe acontecendo. Confina-se em casa.
O medo representa um sinal de alerta, cuja função primordial é a de nos proteger contra perigos reais, preparando-nos para enfrentá-los. Sua intensidade é geralmente proporcional ao perigo a ser enfrentado. Ás vezes, por engano, podemos representar uma dada situação como sendo perigosa e, assim, ativamos o mecanismo de enfrentamento necessário nas situações de risco iminentes.
Como acontece, por exemplo, quando estarmos sozinho em casa, á noite, e ouvimos um barulho estranho. Só depois, quando percebemos o gato pulando sobre algo, é que representamos a situação real para nós e voltamos ao nosso estado normal.
Outras vezes, a situação é a mais séria, pois não nos enganamos com uma situação externa, mas sim com algo muito profundo dentro de nós. Enganamo-nos conosco mesmo. Vivemos, sem que nos apercebêssemos, um auto-engano. E, assim, tudo parecia estar no seu lugar, exceto aquela angustia que, vez por outra, insistia em marcar presença dentro de você.
Seria um sinal? Será que tem alguma coisa errada em mim? Você se pergunta e fica sem resposta. É justamente o que está acontecendo. Mas, talvez você tenha negligenciado a mensagem do seu organismo. A angústia, como a febre, é um sinal. Sinal de que algo no vai bem dentro de você.
A angústia pode ser um indicativo de que algo está em desacordo dentro de você. Talvez você se sinta parado(a), não se realizando. Talvez, você esteja caminhando por caminhos que traçaram para você (pai, mãe ou outras pessoas significativas na sua vida) e não aqueles caminhos que realmente gostaria de percorrer. É possível que nessa caminhada você tenha se distanciado do seu verdadeiro eu.
Tenha realizado as expectativas dos outros e deixado de lado às suas próprias expectativas. Você se distanciou tanto de você mesmo(a) que, talvez, nem esteja consciente de suas próprias necessidades, de seus desejos, do seu querer verdadeiro. Este é o momento de buscar ajuda de um profissional da Psicologia Clínica, que o acompanhará nessa viagem de retorno ao seu verdadeiro eu.

‘Sonia Maria Lima de Gusmão’

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