segunda-feira, 17 de março de 2008

BRASIL – 1808 – PARTE VII

Há 200 anos, a Europa estava em guerra. Havia medo e incertezas. Napoleão Bonaparte derrubava monarquias, uma após outra. O príncipe-regente de Portugal, Dom João, tinha fama de inseguro e vivia um dilema: ficar e enfrentar as tropas de Napoleão ou fugir para uma das colônias portuguesas?
Decidiu salvar Portugal, partindo para o Brasil.
Dom João não podia demorar a decidir. O Exército francês já estava a caminho de Lisboa. A decisão? Mudou a história de Portugal e do Brasil. Os 200 anos da vinda da Família Real Portuguesa para o Brasil é o que você pode considerar como o salto em frente do Brasil, e o principio do fim do monopólio português além fronteiras.
Em Portugal, dizem que as árvores sonham ser mastros de navio. Nem a corte portuguesa escapou do destino desse povo: o oceano e as novas terras.
Na França, Napoleão subestimou Portugal e, nas invasões à Península Ibérica, já começou a perder a guerra. Bonaparte foi um líder ou um tirano?
Na realidade foi ao mesmo tempo as duas coisas.
Napoleão tinha planos para o Brasil?
Quem pode saber o que ia dentro daquela cabeça pensadora, mas a grandiosidade do território, com um oceano pelo meio, foram determinantes na resolução de não arriscar.
A mudança da corte para o Brasil foi uma fuga ou uma estratégia planejada?
Na verdade, foram uma e outra coisa. Por um lado era a saída possível, por outro a melhor forma de manter o poder, e não correr certos riscos, desnecessários.
Dom João era um governante despreparado e inseguro? Ou um regente esperto, que soube manipular os interesses de Inglaterra e França, as duas superpotências da época, para salvar a coroa portuguesa e o Brasil?
Mostrou ser bem mais astuto que se poderia esperar. E com as suas decisões manobrou tanto a Inglaterra como a França, mantendo o seu poder, e estatuto.
Os tratados, as intrigas, os acordos secretos, as aventuras. Apesar de tudo isso, o Brasil acaba por dar um grande salto para o futuro. A união nacional e a independência. As missões artísticas e científicas, a imprensa, a moda, a arte, a cultura. Os hábitos, os costumes e a culinária tudo foi alterada.
E, nem a importancia do Vinho do Porto, escapou, vindo a selar o principal tratado entre Portugal e a Inglaterra, com o Brasil pelo meio.

João Massapina

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