Num aquário pequeno, exposto à venda,
um peixe solitário, dentre as folhas,
de boca aberta ia soltando bolhas
e dessas bolhas cosicando renda.
De quando em vez fazia a corrigenda
d’algumas bolhas falhas e pimpolhas
e de outras bolhas atentava escolhas
das bolhas para encaixe e para emenda.
A visão desse peixe solitário
entre bolhas do nada é o cenário
do mundo solitário de mim mesmo.
A vida, para mim, é imenso aquário
onde tudo o que sonho é um estuário
de bolhas de ilusões, soltas a esmo.
‘Ronaldo Cunha Lima’
segunda-feira, 19 de maio de 2008
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