quarta-feira, 7 de maio de 2008

CIÊNCIA E ESPIRITUALIDADE

A ciência, no campo da experimentação, desde a antiguidade, época em que os questionamentos ficavam a cargo dos filósofos, tem motivado pesquisadores e cientistas a buscarem respostas para as suas interrogações em todos os níveis de especulação, desde o desenvolvimento de materiais e medicamentos até a busca da origem do universo, principalmente, na busca da razão da nossa própria existência.
Sendo assim, através da ciência, por séculos, o homem vem acumulando conhecimentos e realizando descobertas que têm propiciado instrumentos que possibilitam uma vida mais saudável e prolongada, haja vista que o tempo médio de vida do ser humano tem aumentado consideravelmente.
Logo, é com esta vontade e esta possibilidade de aperfeiçoar, apurar e aprofundar os conhecimentos que o homem se torna construtor da sua própria história na busca de encontrar respostas para as suas inquietações, fazendo com que, ao longo do tempo, se envolva cada vez mais com o mundo da ciência.
Entretanto, ao mesmo tempo em que a ciência desperta este fetiche, por outro lado provoca, também, angustia, pelo fato de ser extremamente dispersiva nos detalhes, apresentando-se como uma obra inacabada confrontando-se no limite que transcende a “realidade” sensível, tornando-se inteligível ao homem.
Esta inquietação, sensação de impotência, nos remete a refletir que as possíveis respostas não estão apenas na “ciência pragmática”, mas, sim, na “ciência contemplativa”, ao encontro da espiritualidade.
O intelectual ocidental e monge budista, Matthieu Ricard, filosofo e escritor, jornalista e membro da prestigiada Academia Francesa, com doutoramento em genética celular no Instituto Pasteur, sob orientação do laureado Nobel, François Jacob, questionado por um filosofo agnóstico, sobre quais as razões que o levaram a abandonar a sua brilhante carreira cientifica nos estudos da biologia, respondeu:
“A carreira cientifica que desenvolvi resultou de uma paixão pela descoberta. Tudo o que acabei fazendo depois não foi absolutamente uma rejeição á pesquisa cientifica, que, sob vários pontos de vista é apaixonante, mas fruto da constatação de que ela era incapaz de resolver as questões fundamentais da existência...”
No entanto, compreendo que a ciência não é incompatível com a espiritualidade, ao contrario, elas se complementam, ou melhor: a espiritualidade, “É”; a ciência, “um dos instrumentos”.
Portanto, acredito que quando se fala em antagonismo entre ciência e espiritualidade: não se sustenta. Equivoco que, talvez, pelo fato de confundir espiritualidade com religião – Instituição Religiosa - , e, também, muitas vezes confrontando-se em virtude de crenças e dogmas. Ao contrario, a espiritualidade é a experiência mais profunda da nossa existência. É transcender. Ir alem.
Enfim, acredito que cada vez mais a ciência está avançando ao encontro da espiritualidade.

‘Luiz Renato de Araújo Pontes’

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