segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Como você quiser, amorzinho

“Faço qualquer coisa por você, benzinho!” Quem nunca ouviu essas frases e chegou a sentir uma pontinha de ciúmes? Nossa, como esse casal se ama!
Deve ser isso que logo vem à mente.
A partir de frases como essas, começam a se desmanchar grandes amores.
Casais que vivem momentos de encantamento, paixão e juras de amor não estão imunes ao desgaste natural do convívio diário e da sensação quase imperceptível de fusão.

O medo de perder o ser amado leva a pessoa, até bastante equilibrada, aceitar, sem grandes restrições, tudo o que o parceiro pede ou deseja.
É o começo da manipulação, que acontece a partir da aceitação de todas as vontades do outro. Quando essa forma de agir passa a ser uma constante ou serve para manter o relacionamento, certamente, existe espaço para que o abuso se instale. E, isso é tão nocivo para a relação quanto a submissão.
Aceitar sempre o que o outro diz ou pede, pode acabar gerando mágoas,ressentimentos e frustrações. Ceder sempre incomoda. Ser atendido sempre, faz com que o parceiro perca a sua capacidade de tomar a iniciativa, de lutar pelos próprios interesses e de valorizar as suas conquistas.

Quem pensa que pode e deve fazer tudo pelo outro, está cometendo um grande engano. Cada um deve preservar a própria individualidade e a do outro. Caso contrário, não adianta depois ficar reclamando:
“ Eu fiz tudo por ele, sempre procurei atender os seus desejos e, mesmo assim, o ingrato me deixou”...

A pessoa que aceita tudo, sem nada reivindicar, perde suas referências e se anula. Quem se coloca como um tapete, está pedindo para ser pisado.
Marlene Heuser

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