segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

FOTOGRAFIAS NUM RELATIVO ESPAÇO-TEMPO

Passos apressados, Jackson atravessou a rua, deu um sorriso de canto de boca para uma menina na esquina e continuou eu destino. Iria cantar aquela musica no palco principal da festa da cidade, depois sairia pelo mundo construindo sua história num sonoro sonho redondo como seu pandeiro. Polegar ligeiro que marca a um-si-ca-li-da-de. Silabas n palma da mão, divisão de tempos, união de versos, multiplicação dos sentidos. Jazz do lado nordestino de um Brasil de pandeiros e sons.
O mundo torna-se um clipe quando Einstein traduz os signos do tempo e nos revela fotografias marcadas no espaço (não seria ao contrario). No começo da semana, há 25 anos atrás, Jackson do Pandeiro deixava este planeta, numa fotografia marcada no espaço-tempo. E, hoje, dia daquela Francesa Revolução que nos ensinou a cantar um hino baseado em liberdade, igualdade e fraternidade, decido falar um pouco sobre os jazzísticos sons jacksonianos, pois, vejo este mundo, redondo e plano como um pandeiro que gira em torno de si mesmo. Mundo repleto de novas e inesperadas saídas criativas que renovam o que parece ser um velho livro já lido, deixando sempre segredos, nunca completamente desvendados. É o que parece ser mistério.
O sonho começa quando, comemos morangos silvestres, lembro de Bergman que, hoje, 14 de Julho, faria aniversario. Bergman e suas cenas lentamente saboreads como se olhos fossem pinceis, cinema feito conforme o compasso do director, seguindo o ritmo desacelerado da perfeição com a qual soa elaboradas as grandes obras de arte.
Assim, fico observando a janela, neste sábado, pensando nas tantas coisas que aconteceram e que estão marcadas num álbum de fotografias formadas por energias sutis. Memória, maquina do tempo que nos conduz ao labirinto dos elementos que nos compõem, à origem de nossas certezas, ao abismo de nossos conflitos. Consciência que bate como bate o pandeiro, repetindo, repetindo, repetindo o ciclo. Deixando a certeza que em nossa liberdade de escolha está a chave de uma fraternidade que torna o caminho de todos os habitantes deste pedaço de terra flutuante, um pouco, parecido. Todo o resto, como o tempo, é relativo...

- “Gustavo Magno” -

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