Atualmente, o narcotráfico é um dos negócios mais lucrativos do mundo. Segundo o professor Osvaldo Coggiola, professor doutor do Departamento de História da Universidade de São Paulo, no artigo “O comércio de drogas hoje”, a rentabilidade do narcotráfico se aproxima dos 3.000%. Os custos de produção somam 0,5% e os de transporte gastos com a distribuição (incluindo subornos) 3% em relação ao preço final de venda. De acordo com dados recentes, o quilo de cocaína custa US$ 2.000 na Colômbia, US$ 25.000 nos EUA e US$ 40.000 na Europa Na Bolívia, os lucros com o narcotráfico chegam a US$ 1,5 bilhão contra US$ 2,5 bilhões das exportações legais. Na Colômbia, o narcotráfico gera de US$ 5 bilhões, enquanto as exportações oficiais geram US$ 5,25 bilhões. Esse comércio ilegal é o maior responsável pela criminalidade juvenil e pela geração de crimes em proporção avassaladora. Chacinas, frutos, roubos, extorções, de perdas humanas, notadamente policiais, jornalistas, crianças e adolescentes. O tráfico exige gastos bilionários sempre crescentes com a repressão. Ele gera despesas enormes com o encarceramento com severas penas a milhares de traficantes, em crimes tidos como hediondos, agravando a crise penitenciária. Nesse quadro de poderio econômico do tráfico está a combatê-lo uma debilitada e desaparelhada estrutura do sistema de segurança.
O tráfico de drogas é um negócio capitalista. Ele é organizado como uma empresa, estimulada pelo lucro. Segundo estimativa do National Intelligence Council, um movimento anual de US$ 100 bilhões a US$ 300 bilhões deriva da reciclagem do dinheiro das drogas proibidas. Para a Organização das Nações Unidas (ONU), o montante varia de 3% a 5% do PIB planetário. No ano de 2002, a lavagem do dinheiro das drogas alcançou a casa dos US$ 400 bilhões.
O narcotráfico como atividade criminosa construiu um mundo empresarial paralelo ao instituído no Brasil. Segundo o editorial da Folha de São Paulo “existem casos de grandes empresas verticalizadas, ou seja, que englobam todas as fases da produção da droga e que ainda a distribuem para o consumidor final. “Os vestígios dessa grande fatia de mercado ilegal e criminoso são comprovados através de extratos bancários, remessas de dinheiro ao exterior, empresas de fachada, contas telefônicas, processos judiciais. É diante dessa atividade monstruosa é que estão as autoridades brasileiras interessadas no combate ao narcotráfico” dizia o articulista.
Estima-se que menos de 1 % dos entorpecentes em circulação no Brasil são apreendidos pela Polícia. Faltam pessoal e coordenação, seja da polícia, seja do Ministério Público; É preciso purificar o corpo policial e outros setores públicos dos que estão a serviço das quadrilhas. Falta atacar com as armas positivas do Estado (educação, saúde, saneamento etc.) as milhares de cidadelas onde germina o “staff” criminoso, falta frear o consumo de entorpecentes.
México, o campeão
O México assumiu a liderança na distribuição de cocaína e drogas sintéticas nas Américas. Cerca de 90 % da cocaína e 80 % da metanfetaminas ( ecstasy, crystal, ice ) consumidas nos EUA são produzidas no México. Nesse país surgiram poderosas máfias, que passaram a assassinar milhares de pessoas. Semelhante ao “Plano Colômbia” - onde foram destinados US$4,2 bilhões desde 2.000 - os EUA estudam uma ajuda para o México da ordem de US$ 1,5 bilhão.
Na Colômbia, após a derrocada dos cartéis de Medellín e Cali, o negócio da droga se fragmentou. Porém, devido a proximidade do grande centro consumidor que é os EUA, o tráfico surgiu com força no México. Segundo informa o jornal Folha de São Paulo, os Zetas, temida milícia formada por ex-militares de elite que debandaram para o tráfico e colaboram com o cartel do Golfo, já atuam em seis Estados americanos. O governo convocou o exército para a luta contra as drogas. Despachou 30.000 militares para as áreas onde atuam os sete cartéis mexicanos. Foram presas 1.500 pessoas e 1.400 outras mortas em combates só em 2.0007.
No México 284 agentes e 34 comandantes da Polícia Federal foram afastados por corrupção e ligações com narcotraficantes.
Os cartéis mexicanos lucram de 20 a 30 bilhões de dólares ao ano com o narcotráfico. Para se ter uma idéia da dimensão do problema, os cartéis Colombianos ganhavam US$ 5 bilhões por ano.
A violência, de centenas de seqüestros a chacinas promovidas pelos barões da droga é uma das maiores preocupações dos mexicanos, segundo pesquisas de opinião pública.
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