sábado, 19 de janeiro de 2008

UM SITIO ALHURES

O grande bruxo Nostradamus – segundo a tradição – costumava recostar-se contra uma enorme amendoeira e, durante horas seguidas quedava-se ali, estudando os astros, maquinando os seus sortilégios, azeitando os seus vaticínios.
Pois bem, numa dessas vezes, ele avistou uma certa conjuntura de astros e planetas, de tal forma arrumados no mapa Zodiacal, que não teve duvidas:
- é o inferno Zodiacal – sentenciou ele.
Foi assim que nasceu a expressão que os astrólogos ainda hoje usam.
Na verdade, o que pouca gente sabe é que, antes de morrer, o mago famoso conseguiu situar no Universo a região em que as influencias desses corpos celestes se manifestam diretamente sobre a vida dos cidadãos.
Eis aqui como Nostradamus descreve o lugar:
- O sitio é banhado por tépidas águas, de normal verde-azuladas, a refletir os tons turquesa-celeste do firmamento.
- Ao longo das margens úmidas, costumam caminhar seminuas as nativas, trajando vestimentas sumárias que, se na parte da frente, ainda conseguem disfarçar as partes, ás traseirs em nada conseguem ocultar a fartura das formas arredondadas e trigueiras, limitando-se o tecido, quando muito, a mergulhar no meio insondável dos glúteos, sob a denominação de fio dental, muito embora não se tenha qualquer informação cientifica de nenhum fenômeno de dentição naquela encantadora região da anatomia humana.
Os homens desse ensolarado Inferno Zodiacal habitualmente dão-se ao trabalho de acompanhar com olhos atentos e mãos buliçosas o movimento das mulheres em eterno ir-e-vir.
É a principal atividade da população masculina, qualificada como economicamente inativa.
Segundo estudos da maior credibilidade, pode-se afirmar que, depois dos treze anos de idade, nesse lugar só se pensa... naquilo.
Agora, cabe aqui indagar, não sem uma certa dose de perplexidade: afinal por que o nome de Inferno Zodiacal.
E eu vos repito, amados discípulos:
Ocupados em tais assuntamentos da vida frívola e pandega, os homens e as mulheres comuns dessa terra não têm tempo para as coisas triviais do prosaico viver. Por isso o dinheiro nada compra, por mais que se valorize nas tabelas governamentais.
E os negócios não andam – mesmo porque não tem motivo nenhum para andar, se podem muito bem sair sambando...
E, na hora agá, pernas pro ar, que ninguém é de ferro.
Na hora de governar, já esta dito que o melhor é saltar o fosso do Atlântico em botas de sete léguas, e por outras plagas do mundo saltitar.
Em resumo, caros discípulos, Inferno Zodiacal é isso aí. Preciso mais explicar?
Ah, o nome desse aprazível sitio infernal? Bem, o nome fica por conta da vossa livre escolha.

“Luiz Augusto Crispim”

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