A Internet abriu um caminho novo para diversas vertentes culturais, políticas, econômicas, etc., etc. Com as criativas possibilidades oferecidas por “home pages” e seus “links” e com a velocidade das mensagens virtuais, apesar da existência do “spam”, a Internet redesenhou a luta pela cidadania.
Quando Cauby Peixoto sai dos bastidores e entra no palco ao som de “Conceição”, vestindo jaqueta vermelha com apliques dourados, corpo ereto, esbanjando vitalidade,, traz com sua voz toda a história do que podemos chamar de música popular brasileira - aquela que deixa espaço para versões de bolerões e faz com que nosso maior intérprete vivo possa cantar, em inglês, “New York, New York”.
Não há nada mais imbecil do que uma orla marítima paraibana falando o dialeto d’Ipanema, Barra & adjacências. E há coisa mais chata do que as telefonistas de Natal, Recife, João Pessoa, Fortaleza, Maceió, etc., puxando o sotaque para lados cariocas? Idem no som ambiente dos aeroportos e rodoviárias nordestinos.
Por que não admitir que Carolina, Amélia, Januária, Luciana, Sandra, Chiquita Bacana e Ana de Amsterdam continuam todas andando nas ruas, multiplicadas, louras, negras, brancas, morenas, pobres, ricas, descrentes, amargas, cristãs, dedicadas, sifilíticas, maternais, dengosas, putíssimas, religiosas, velhas e até novinhas de pudor?
Os que conhecem o ocultismo em sua essência sabem que os verdadeiros iniciados passaram por uma longa e sofrida estrada até o momento em que puderam ao próximo ajudar. É preciso muita cautela, tentar separar o joio do trigo. Não devemos colocar nossos corpos e mentes à disposição de qualquer “guru” que esteja na próxima esquina.
A exacerbação sexual pode destruir o prazer, mantendo apenas o gozo. O prazer, que inclui a sedução, está acima do gozo. O orgasmo por mero orgasmo é animalesco, diminui a condição humana.
Caetano Veloso e Linduarte Noronha têm algo em comum: não gostam de estar acordados pela manhã.
Um poema é como a noção de um possível Deus: é pai e mãe. Um poema desconstrói nossos tensos orgulhos e prepotências. No próprio caos, há poesia.
Shakespeare dizia que “não há nada de bom ou de mau, a não ser que o pensamento o torne assim”. Traduzindo: nenhuma paixão é boa ou má, a não ser que os amantes a tornem assim.
O melhor partido ainda está num poema.
João Cabral foi premiado com algo mais do que um Nobel de Literatura: “Morte e vida Severina” já foi encenado com trabalhadores do campo, sem os refletores dos palcos que confirmam o êxito na mídia. Quando um autor consegue estar tanto junto ao povo - assim como foi Maiakovski na Rússia -, não precisa do Nobel.
Quando alguém de pleno poder é derrubado, ótimo; nada melhor que uma queda quando se faz de um mero gabinete o mundo visto por Napoleão de cima de uma pirâmide.
O “mistério”, assim como o exercício de formar alguma elite de ocultismo, é mais uma criação ocidental para transformar o misticismo em passividade
Carlos Aranha
segunda-feira, 21 de janeiro de 2008
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