Segundo o Aurélio, supérfluo significa inútil, excessivo ou desnecessário.
A palavra remete à idéia daquilo que está além do curso normal. Todos nós temos uma infinidade de obrigações cotidianas constantes em nossas vidas. Entre estudos, trabalhos e pagamentos devem, porém, constar atividades prazerosas não essenciais ao progresso da sociedade,mas de suma importância para a constância individual. São poderes que se contrapõem aos deveres.
As pessoas que vivem sem o chamado supérfluo são aquelas que se stisfazem plenamente no exercício das suas funções orgânicas e sociais. A superfluidade só pode ser auferida objetivamente, mas nunca no campo psicológico. Os indivíduos são diferentes e possuem mecanismos subjetivos distintos.
Na verdade, tudo tem significado. Não existe o absolutamente imprestável. Definir a necessidade de algo é um processo dependente de valoração. Enquanto se cumpre um papel altruísta, o supérfluo é aceitável; uma postura egoísta, de outro lado, retira-lhe o valor, surgido pelo equilíbrio entre servir a si mesmo e servir ao coletivo. Não se deve, por exemplo, simplesmente comprar a torto e a direito, mas também é condenável a ideologia do pão-duro, para quem tudo é demasiado.
Trata-se de buscar qualidade de vida através de determinado grau de imprevisibilidade, dentro de um limite aceitável de transgressão. Devemos viver conforme a capacidade de administrar essa prática; afinal, ninguém desconhece o quanto é chato ser bitolado e certinho.
Mesmo Voltaire, filosofo iluminista francês do século XVIII, disse que o supérfluo é extremamente necessário. Um homem com tamanho alcance intelectual jamais pronunciaria algo sem a devida reflexão sobre o assunto. Sinto-me segura, portanto, para defender do meu ponto de vista a importância do excesso, considerado dispensável pelo senso comum, mas todos tem o direito de fazer as suas ponderações.
“Mercês Camelo”
sexta-feira, 18 de janeiro de 2008
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