Ninguém necessita de mais do que um bom par de horas para conseguir entender como funciona a política econômica da prometida ilha do paraíso, criada pela imaginação de Fidel com a ajuda inicial do Comandante Che-Ché e dos Sovietes, e outros pró “comunas” que deram uma mãozinha na empreitada revolucionaria.
Quem chega a Havana logo entende que por ali existem três tipos de movimento financeiro.
Assim, o dólar reina pleno, por todo o lado, e tanto abre a porta nos hotéis, como nos prostíbulos, é a moeda que governa, embora negociada meio á socapa, circula como o vento numa tempestade, passando de mão em mão sem grande problema.
Embora desde a famosa época da “Baia do Porcos”, muitos Presidentes dos EUA, tenham tentado colocar um ponto final na ditadura mais próxima da sua casa, e das suas democráticas fronteiras, nada nem ninguém conseguiu conquistar a ilha, exceto a fome a prostituição e o dólar.
Depois temos uma parte da ilha que se movimenta em torno do peso conversível, conhecido pela sigla (CUC), e que está instalada no meio do turismo, mostrando uma inegável prosperidade entre quem a tem com fartura nos bolsos.
Mas o reverso da moeda é o velho peso cubano, que tem estampadas as caras dos heróis revolucionários, aqueles mesmos que abriram o caminho para a maior miséria e opressão que alguém possa imaginar. Ninguém pode realmente imaginar algum dia poder encontrar uma situação tão misera, num país que se diz e é maravilhoso, mas que faz da propaganda a sua maior arma, para tapar o sol, aqueles que não sabem o que se passa na realidade.
Já na velha URSS, assim funcionava o poder da propaganda, que escondia a vergonha dos milhões de miseráveis que viviam embrulhados em plásticos e cartões, tentando agüentar as gélidas temperaturas. Ao mesmo tempo os novos Czares da democracia da URSS faziam circular fora das grandes cidades, os famosos comboios com vidros ‘fume’ para esconder dos olhos mais ávidos os campos de concentração. Quem atravessava o país, só via assim a majestosa gare da estação de partida e a de chegada, maravilhando-se com os candelabros dos tetos do metro de Moscovo.
Em Cuba, o visitante não tem candelabros nem metro, mas mesmo assim pode maravilhar-se com as praias de águas temperadas, e a imagem das lindas e sedutoras mulheres cubanas, que para terem acesso com a maior facilidade a bens tão comuns na nossa sociedade como sabonetes, detergentes de limpeza domestica, gasolina, ou simples alimentos e outros bens de consumo geral, basta terem disponíveis na carteira; algumas notas de (CUC), no entanto o maior problema é que a moeda “turística” de Cuba vale só 24 vezes mais do que o dinheiro oficial do país, o peso cubano, e não é usada para pagar os salários de funcionários públicos, médicos, engenheiros, ou qualquer outro quadro profissional.
Pela ilha não falta quem tenha duas ocupações, e torna-se perfeitamente normal encontrar uma funcionária publica a prostituir-se após o seu horário de expediente, ou um funcionário a vender caixas de charutos da marca Cohiba e Montecristo, a um custo bem menor do que o preço oficial. São algumas das alternativas que encontram para comporem os vencimentos, e tentarem tirar, um pouco, a família da fome.
Por curiosidade foi mesmo no centro de Havana no cruzamento da Rua do Brasil, que se compraram charutos, a alguém que estava sentado numa banca de temperos, que ninguém adquire. A banca é só uma fachada, pois o verdadeiro negócio do Felix Roman, não é o cominho, pimenta ou a páprica, mas sim tudo o resto que lhe pode render dinheiro vivo, daquele com que se pode matar um pouco a fome.
Com este estado de coisas, não é muito difícil encontrar uma camareira de um hotel, que graças ás gorjetas dos turistas, possa tirar por mês o dobro do ordenado de um funcionário público de categoria média.
Para culminar esta breve visita ao paraíso, faltava referir que ao contrario do que muitos defensores do profeta Fidel e da sua obra por ai dizem, existem mesmo cadernetas de racionamento emitidas pelo governo, que assim controla a venda de produtos alimentícios.
Ninguém pode imaginar que no mundo o maior desejo de um Ser humano seja poder comer um espaguete com molho de tomate. Mas é verdade, em Cuba, o maior sonho alimentício de muitos é simplesmente esse, o de poder comer um simples prato de massa com um molhinho extra colocado por cima.
Todos que me conhecem, sabem que sou frio na hora de por assim dizer “matar”; pois que a “múmia” não demore muito a finar-se, para bem de um povo tão maravilhoso, e que merece sem duvida outra realidade.
Não querendo fazer de profeta, no entanto digo que; após o fim da “múmia” outra realidade vai ali despontar, ninguém duvide que se até o muro de Berlim caiu, também ali, no meio do mar, num dia, não muito distante, a liberdade e qualidade de vida vão chegar á ilha.
Tudo em mim pede o fim do silencio, e todos vão saber que estava escrito nas estrelas, que dentro de cada palavra vai estar um verso de amor, sem medos, assim como os versos de amor, quando ajudam a confessar uma grande paixão!
Cuba é realmente uma paixão, mas que me perdoem; uma paixão para ser vivida sem a “múmia” é claro!...
João Massapina
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